sábado, 14 de julho de 2012

Aos deuses e as bestas.

Ao fúnebre falecimento de mais um dia, senti a fúria correr
dentro das minhas veias, inconscientemente, dentro de
um desentendimento medíocre
em que sentia vontade de vomitar o sangue do desnaturado
e comer as chagas que consumiam-me como
vermes que deliciam-se com os restos putrefantes de
um cadáver recém esfriado.
Escarrar as gotas fétidas de pus entranhadas em minha alma,
esmagar os olhos piedosos dos abutres.
Monstros de espirito e ratos de atitudes, observam a carnificina sanguinolenta, correr dentro dos meus olhos, somente para ver o vermelho rubro que se
apodera da insegura alma que sofre quieta
no canto mais nefasto e escuro da mais profunda
desolação, junto ao limbo inebriante e grudento de uma derrota
imbecil e inesperada.
Da caveira assustada, corroída e comida, vejo a busca da
regeneração na fervura e no fogo quente que cospe o lixo
desprezado. Entre vísceras e merda, a volta do morto moribundo
ao retiro de feras é prestigiada e ofertada aos deuses
para a revolta das bestas incrédulas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário